Esses dias estava prestando atenção às pessoas na rua...É engraçado o comportamento do ser humano porque ninguém age como deveria, principalmente com pessoas desconhecidas.
Eu tento ser gentil com todos, mas ultimamente tenho levado muitas "patadas" pelas ruas... Percebi que nem sempre as pessoas querem ser ajudadas e precisamos aceitar isso!
Sabe que esses dias eu estava sentada no metrô, toda distraída e vi uma senhora usando uma bata (para quem não sabe, é uma blusinha apertada somente no busto e larga em sua extremidade), que deixava sua barriga bem proeminente. Eu, educada como sou já me levantei oferencendo o lugar para ela.
Para minha surpresa ela respondeu quase aos gritos:
EU NÃO VOU SENTAR PORQUE EU NÃO ESTOU GRÁVIDA! EU SOU GOOOOORRRRDA ASSIM MESMO!
Bom, não tive resposta... Simplesmente continuei em pé e desci na próxima estação com a maior cara de tacho para tomar o próximo metrô, bem longe dessa simpática senhora...
Hoje sou mais cautelosa nas minhas gentilezas porque nunca sabemos o que vamos encontrar pela frente. Percebi também que eu fiquei um pouco mais "ríspida" com gentilezas quando uma moça se aproximou de mim e disse:
- Moça, seu cadarço está desamarrado!
Agradeci a atenção, mas me peguei pensando da seguinte forma:
Oras! Nem posso mais ficar com o meu próprio cadarço desamarrado???
Eu já sabia que estava desamarrado, mas não estava afim de amarrar. Não me estranhem! Às vezes eu gosto de ficar com o cadarço desamarrado, com o zíper da calça aberto ou com alface entre os dentes sem que alguém venha me incomodar!!!!! (Definitivamente os nossos direitos não estão sendo respeitados!!!)
No mesmo dia um guarda do metrô me cutucou e disse:
- Sua bolsa está aberta!
Caramba! Minha bolsa é um modelinho muito conhecido da Corello, o qual não tem zíper, nem fecho! Fica aberta constantemente! E aí???
Então, como devo proceder em uma situação como essa? Se não posso nem ficar com minha bolsa do jeito que quero, então deveria sair do metrô?
Olhei pra ele e não soube o que fazer... (Tudo bem. Sei que é para minha segurança,.)
Tem aquelas gentilezas que parecem que só estão nesse mundo para nos fazer passar vergonha.
Coincidentemente ocorreu também no metrô (onde passo a maior parte do meu tempo).
Eu estava muito cansada, tentando me segurar no ferro do vagão. Então encostei minha cabeça e fechei os olhos por um momento. Pois um homem cismou que eu precisava sentar pra não dormir em pé e cair. Praticamente ele tentava me obrigar a sentar, mas eu não queria sentar. (..e lá se vai nosso direito de ir e vir)
Mas não foram somente essas situações que me deixaram sem paciência com as supostas "gentilezas" que deparamos pelo mundo àfora!
Uma vez ocorreu um fato que me deixou furiosa.
Eu saí da faculdade, tomei o metrô na Barra Funda para descer na penúltima estação. Por isso sentei perto da janela, encostei minha cabeça no braço e dormi profundamente. Não vi passar minha estação.
O metrô chegou no final e eu ainda estava "desacordada de sono". Uma criatura (masculina), nítidamente um Brutus, me deu três tapas no ombro, mas tão violento que eu não acordei, eu ressuscitei!
Creio que a intenção dele era me acordar e não me deixar toda roxa...
Comentários
Jô querida você escreve muito bem!! Parabéns Amei!!
passei uns dias ausente,estava trabalhando e estudando muitoo, aff pensei que não ia terminar mais.
obrigada pelo comentario!
também penso e tento agir por esse lado que você falou, Sorrir,conversar,descontrair em situações de doenças.
mas quando escrevi me referi o que estava sentindo no intimo. Não transpareci nenhum momento para minha Mãe a minha tristeza,angustia. pelo contrario sempre tentei reverter a situação falando em que breve ela ficaria melhor e curada. enquanto outros chegava e nos dizia que o problema era grave,que ia demorar a recuperação,que era serio, eu estava lá sempre falando que que o ela estava bem e que ficaria bem com a Graça de DEUS.
Hoje ela esta bem e se recuperando aos poucos!
Obrigada pelos beijos!!!
Também ja passei por isso. Tentar ajudar, com boas intencoes , e ser tratado de uma maneira contraria ao que gostariamos/esperavamos.
Ter mudado de Goiania pra Sampa foi um choque, mudanca completa de ambiente, de energia, e tal... mas o mais interessante foi que depois de alguns meses depois da chegada a sampa, depois da sensacao de novidade ter passado, comecei a sentir a vibe da cidade, do transito das pessoas(o cotidiano), entao por um click decidi ir contra esse modelo de vida(depois conto com mais detalhes).
Antes sentia as dores do mundo, como diz Jota Quest, mas depois de entender que as dores do mundo,sao "do mundo", dos outros... que nao sao minhas dores comecei a me fortalecer ... e a enxergar que nao posso ser responsavel por ninguem além de mim mesmo, eu escolho o que sentir, como receber os comentarios dos outros, as acoes de outras pessoas.
E isso veio a se confirmar aqui em Londres, que assumir responsabilidade pelos sentimentos dos outros é algo que só nos faz sentir raiva,culpa, e outras coisas mais (detalhes depois ) quando as coisas nao sao do jeito que esperamos ou do nosso jeito.
O exemplo da "senhora gorda/gravida" e o do seu "cadarco desamarrado" ilustra isso. O que passa dentro da gente só agente sabe e sente... os outros tentam adivinhar, dando palpites e sugestoes. Explicando: aquela senhora por exemplo possivelmente tem um problema de auto-imagem e auto-confianca por causa de sua aparencia. E voce nao tinha a menor idéia disso(impossivel de descobri sem tentar / voce descobriu oferecendo o assento do metro). Possivelmente aquela senhora sofre bastante com esse problema..e ela se sentiu agredida naquele momento. Do mesmo jeito que voce se sentiu invadida quando te avisaram que seu cadarco estava desamarrado ( niguém sabe que voce gosta/nao se importa de andar com o cadarco desse jeito ou e outro).
Sugestao: antes de dar/oferecer ajuda,opiniao, pergunte se o outro lado gostaria de recebe-la( verbalmente ou com os olhos ). Ajudar nao significa fazer do nosso modo, impor algo, dizer que o outro esta errado e que "deveria" fazer isso ou aquilo. Ajudar pra mim significar conectar com o outro considerando seus limites e necessidades/vontades( ninguém pode culpar niguém por decisoes tomadas)
Também ja passei por isso. Tentar ajudar, com boas intencoes , e ser tratado de uma maneira contraria ao que gostariamos/esperavamos.
Ter mudado de Goiania pra Sampa foi um choque, mudanca completa de ambiente, de energia, e tal... mas o mais interessante foi que depois de alguns meses depois da chegada a sampa, depois da sensacao de novidade ter passado, comecei a sentir a vibe da cidade, do transito das pessoas(o cotidiano), entao por um click decidi ir contra esse modelo de vida(depois conto com mais detalhes).
Antes sentia as dores do mundo, como diz Jota Quest, mas depois de entender que as dores do mundo,sao "do mundo", dos outros... que nao sao minhas dores comecei a me fortalecer ... e a enxergar que nao posso ser responsavel por ninguem além de mim mesmo, eu escolho o que sentir, como receber os comentarios dos outros, as acoes de outras pessoas.
E isso veio a se confirmar aqui em Londres, que assumir responsabilidade pelos sentimentos dos outros é algo que só nos faz sentir raiva,culpa, e outras coisas mais (detalhes depois ) quando as coisas nao sao do jeito que esperamos ou do nosso jeito.
O exemplo da "senhora gorda/gravida" e o do seu "cadarco desamarrado" ilustra isso. O que passa dentro da gente só agente sabe e sente... os outros tentam adivinhar, dando palpites e sugestoes. Explicando: aquela senhora por exemplo possivelmente tem um problema de auto-imagem e auto-confianca por causa de sua aparencia. E voce nao tinha a menor idéia disso(impossivel de descobri sem tentar / voce descobriu oferecendo o assento do metro). Possivelmente aquela senhora sofre bastante com esse problema..e ela se sentiu agredida naquele momento. Do mesmo jeito que voce se sentiu invadida quando te avisaram que seu cadarco estava desamarrado ( niguém sabe que voce gosta/nao se importa de andar com o cadarco desse jeito ou e outro).
Sugestao: antes de dar/oferecer ajuda,opiniao, pergunte se o outro lado gostaria de recebe-la( verbalmente ou com os olhos ). Ajudar nao significa fazer do nosso modo, impor algo, dizer que o outro esta errado e que "deveria" fazer isso ou aquilo. Ajudar pra mim significar conectar com o outro considerando seus limites e necessidades/vontades( ninguém pode culpar niguém por decisoes tomadas)