Eu não entendia o amor...
Talvez eu não quisesse entender o amor!
Não que eu tivesse dificuldades, mas evitava esse tipo de sentimento.
Era meio que inaceitável que eu precisasse de alguém para alcançar a felicidade.
Estranho... Lembro-me que não queria ficar sozinha, mas não queria dividir minha vida com outra pessoa, com visão diferente da minha, objetivos diferentes, gostos diferentes, hábitos diferentes...
Não! Definitivamente não queria isso!
Foi desilusão sim! Foi um baque forte. E foi o que me colocou nessa determinação!
Mas aqueles olhos...
Eram olhos tão sinceros! Impossível resistir.
E o tempo todo eles me observavam (os meus olhos também os observavam!).
Toda a minha defesa se perdeu em uma loucura incompreensível.
E fui machucada pelo olhar doce, calmo e decidido.
Fui tocada profundamente. Uma toque sadio, daqueles que marcam o princípio de tudo. O princípio de algo que ninguém espera, ninguém imagina.
Tentei fugir dessa sensação desconhecida! Corri! Mas era mais poderoso do que eu.
Aquele olhar me perseguiu e me alcançou! Eu me deixei alcançar...
Não fui capaz de resistir...
Desde então, os meus sentidos mudaram e vi que eu era meio. Meio gente, meio sentimento, a metade de uma felicidade que eu acreditava ser completa.
Mas completa eu estava com aquele olhar em minha vida.
Aquele olhar...