Não estás deprimido

Não estás deprimido, estás distraído.
Distraído em relação à vida que te preenche, distraído em relação à vida que te rodeia.
Não estás deprimido, estás distraído.
Por isso acreditas que perdeste algo, o que é impossível, porque tudo te foi dado. Não fizeste um só cabelo de tua cabeça, portanto não és dono de coisa alguma.
Além disso, a vida não te tira coisas: te liberta de coisas, alivia-te para que possas voar mais alto, para que alcances a plenitude.
Do útero ao túmulo, vivemos numa escola; por isso, o que chamas de problemas são apenas lições. Não perdeste coisa alguma: aquele que morre apenas está adiantado em relação a nós, porque todos vamos na mesma direção.
Não existe a morte, apenas a mudança.
És movido pela força natural da vida.
Deus te tornou responsável por um ser humano, que és tu. Deves trazer felicidade e liberdade para ti mesmo.
E só então poderás compartilhar a vida verdadeira com todos os outros.
Lembra-te: "Amarás ao próximo como a ti mesmo.”
Reconcilia-te contigo, coloca-te frente ao espelho e pensa que esta criatura que vês, é uma obra de Deus, e decide neste exato momento ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição.
Aliás, a felicidade não é um direito, mas um dever; porque se não fores feliz, estarás levando amargura para todos os teus vizinhos.
Não estás deprimido, estás desocupado.
Ajuda a criança que precisa de ti, essa criança que será sócia do teu filho. Ajuda os velhos e os jovens te ajudarão quando for tua vez.
Aliás, o serviço prestado é uma forma segura de ser feliz, como é gostar da natureza e cuidar dela para aqueles que virão.
Dá sem medida, e receberás sem medida.
E não te deixes enganar por alguns maus, por alguns homicidas e suicidas.
O bem é maioria, mas não se percebe porque é silencioso.
Uma bomba faz mais barulho que uma carícia, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carícias que alimentam a vida.
Enfrentamos momentos em que os pensamentos depressivos, desencorajadores parecem desejar tomar conta de tudo.
Os ombros caem... A voz baixa de tom... Os olhos já não se abrem tanto...
Tais momentos, porém, devem durar apenas o tempo da reflexão necessária, o tempo da conquista da sabedoria e, logo depois, devem ser seguidos por nova atitude.
Uma nova atitude de renovação, de mudança, que nos faz trilhar por novos caminhos, com novas forças.
De nada adianta se entregar à inércia emocional. De nada adianta a auto piedade.
Não são caminhos, são paredes que construímos à nossa frente, impedindo a nós mesmos de prosseguir.
Não nos permitamos distrair pelas mazelas da vida, esquecendo tão facilmente o bem que recebemos sempre.
Não nos deixemos desocupar, abrindo, através da hora vazia, portas e janelas para ondas de pensamento deletério que flutuam no ar.
A desocupação, a inutilidade são polos atraentes de influências perigosas, pelas quais pagaremos alto e amargo custo.
Afastemos a depressão de nosso coração. Abracemos a vida e o renascer diário com todo nosso amor!
(Redação do Momento Espírita, com citação de texto de Facundo Cabral)

Comentários

Anônimo disse…
Como vai Jô!
Passei por aqui, li esse seu texto tão bonito e queria te mandar esse presente que, na verdade, é um fragmento do livro "Não faça tempestade num copo d´água". Beijo Grande da sua Consultora Doida que Adora Caixinhas!!! CLAUDIA

ILUMINE-SE

Nos dias que correm, parece que estamos todos muito sérios. Minha filha mais velha diz com frequência: “Papai, você está com aquele ar sério de novo.” Mesmo aqueles dentre nós que tem um compromisso com a não-seriedade estão provavelmente muito sérios. As pessoas estão frustradas e tensas a respeito de praticamente tudo – chegar cinco minutos atrasadas, esperar por alguém que está cinco minutos atrasado, ficar preso no tráfego, observar alguém a nos olhar torto ou dizendo a coisa errada, pagar contas, esperar em filas, deixar a comida queimar, fazer um erro honesto. O que quer que possa ser mencionado, será algo cuja correta perspectiva podemos perder.

A raiz para a tensão é nossa pouca vontade de aceitar que a vida possa ser diferente, de alguma maneira, das nossas expectativas. Muito simplesmente, queremos as coisas de um jeito, mas elas não são deste tal jeito. A vida é simplesmente como é. Talvez tenha sido Benjamin Franklin quem melhor o expressou: “Nossa perpectiva limitada, nossas esperanças e medos tornam-se nossa medida para a vida, e quando as circunstâncias não se encaixam em nossas idéias, tornam-se nossas dificuldades.” Nós passamos nossas vidas querendo que coisas, pessoas, acontecimentos sejam exatamente como nós desejamos que sejam – e quando eles não são, lutamos e sofremos.

O primeiro passo para a recuperação do estado de super-seriedade é admitir que temos um problema. Você tem que querer mudar, tornar-se uma pessoa mais fácil. Tem que perceber que sua tensão é em grande parte uma criação sua – composta da maneira como você arrumou sua vida e como reage a ela.

O passo seguinte é entender a ligação existente entre suas expectativas e seu nível de frustração. Toda a vez que você espera que uma determinada coisa seja de uma determinada maneira e ela não é, você se aborrece e sofre. Por outro lado, quando abre mão de suas expectativas, quando aceita a vida como ela é, você se liberta. Manter as suas posições é ser sério e tenso. Deixar as coisas rolarem é se iluminar.

Um bom exercício é experimentar abordar um determinado dia sem expectativas. Não espere que as pessoas sejam simpáticas. Se elas não forem, você não ficará surpreso ou incomodado com isso. Se elas forem simpáticas, no entanto, ficará encantado. Não espere que seu dia não tenha problemas. Assim, se os problemas surgirem, diga a si mesmo, “Ah, mais um nó para desatar”.Ao abordar o dia desta maneira, você perceberá como a vida se torna mais leve. Em vez de lutar contra ela, estará dançando com ela. Logo, logo, com a prática, iluminará toda sua vida. E quando você se ilumina, sua vida torna-se muito mais divertida.

Richard Carlson – Não faça Tempestade em Copo d’Água

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